Mesmo escrito a quatro mãos, por não sermos sociólogos nem antropólogos, pedimos desculpas pelos erros científicos por ventura cometidos na abordagem deste tema que merece atenção de todos, se não vejamos: algumas décadas próximas passadas, víamos chefes de famílias, amigos e atenciosos entre si, quando ocorria uma desavença entre seus filhos, eles (pais ou responsáveis), iam ao encontro uns dos outros, e levando em consideração os valores da amizade e tantos repetidos favores, buscavam esclarecimentos, de forma civilizada, dando direito a quem o tinha e responsabilizando a quem se excedia. Isso sem truculência ou coisa parecida. Todo esse esforço de se fazer ouvir em seus argumentos e aceitar aquilo que era correto, preservando os laços de amizade e da boa vizinhança.
No entanto, o que hoje em dia acontece? A intolerância, a ira, o ódio, o desprezo pela boa convivência social, as agressões aos valores próprios dos seres humanos se multiplicam, em muitos casos descambando para cometimento de lesões psicológicas e físicas irreparáveis. Muitos dizem que são sinais dos tempos. Tempos em que só se pensa em ter bens materiais e posição social, na escalada desenfreada do desrespeito, do ignorar o quanto é importante que seus direitos só vão até onde começam os do seu próximo.
A violência, fato que tanto preocupa e que tem consumido uma soma estrondosa de dinheiro e de vidas, se estabelece no seio da sociedade que se diz moderna, avançada, digital, do século das comunicações globais, em tempo real. O que está faltando acontecer entre nós seres humanos para que outro rumo aconteça? O norte do respeito, da ética, da honradez, da soma e preservação da amizade, em fim, da espécie humana está galopantemente trafegando na contra-mão dos fatos históricos. E isso, tudo indica, vai levar a todos à era da Idade Média ou da Pedra Lascada, onde o que prevalecia era a grosseria, a estupidez, a ganância, a destruição do homem pelo próprio homem. Afinal, estamos progredindo ou regredindo em escala geométrica incontrolável? E não é só em Pesqueira que se observa esse processo degenerativo dos valores e do extermínio da espécie dotada do poder de discernir o que é certo e o que é errado.
Ananias e Souza Silva
s_ananias@yahoo.com.br
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