Longe de mim a intenção de alimentar ou ensejar polêmicas. Nunca foi do meu feitio. Vejamos, no entanto, o que se deu nos últimos dias. Estive acompanhando lideranças da oposição em solidariedade aos servidores públicos, agentes de saúde e de combate às endemias que protestaram defronte à prefeitura de Pesqueira, por melhores salários e condições de trabalho. Dias depois, ao ler uma nota do Sr. Nildo Lucena, postada no blog VOZES DO POVO, principiei, como de costume, a satisfazer-me diante das ponderações deste também integrante das oposições sobre o tema dos tais agentes. No fim da coluna, entretanto, chocou-me a colocação de que “um bando de aproveitadores, que querem usar os protestos como palanque para as próximas eleições” acompanhara o movimento. Como, repito, só vi lideranças da oposição e até hoje entendi o colunista como integrante do mesmo grupo, obriga-me a indagar: desde quando é proibido manifestar sentimento de solidariedade a alguém, a uma família, a pessoas que estão vivendo momentos de infortúnio? E, mais ainda, por que é que, por qualquer gesto, atitude ou procedimento, hoje em dia, somos taxados de “um bando de aproveitadores” eleitoreiros? Desta forma, leva-me a deduzir que há uma preocupação, um temor, senão a vontade deliberada de inibir, de tentar calar, de anular as pessoas no seu mais nobre sentido da vida, que é o de solidarizar-se! Repudiar atitudes autoritárias de descaso, de desrespeito e desumanas faz parte da essência de civilidade e dos preceitos democráticos brasileiros. Credencia-me, ainda, a afirmar que o não ir, o não acompanhar, o não visitar, o manter-se em silêncio, o não apoiar o seu semelhante nas horas de necessidade, revela ato de covardia e demonstra que se está fazendo o jogo daqueles que deveriam, no exercício do cargo público, se prestar a, pelo menos, ouvir as legítimas reivindicações dos necessitados, para não dizer injustiçados pela vontade ditatorial de alguns que se acham donos do poder. Os trabalhadores de todas as categorias têm direitos assegurados por leis específicas. Concluo afirmando: alto lá, seu moço! Constitucional e humanamente, nos é dado o direito à liberdade de expressão e de manifestarmos solidariedade àqueles carentes de apoio, de atenção. Enfim, abraçarmos os menosprezados. Reconhecer os direitos de cada cidadão é dever de todos que se prestam ao bem servir, indistinta e indiferentemente, renegando aqueles que silenciam, que exercem o papel da ostra, esperando que os frutos caiam no seu colo. Avante, gente! Paixonite não pega bem! Eleição só se ganha com muito respeito aos aliados, no rumo da unidade.
Pesqueira, 16/08/2011
Coronel Manoel de Medeiros Lima
Membro do Comitê Municipal do PC do B – Pesqueira/PE
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